Três crianças e uma professora morreram na hora. Uma quinta vítima chegou a ser levada ao Hospital de Chapecó. Ela não resistiu aos ferimentos. Conforme o delegado Jerônimo Marçal, outra criança teve ferimentos leves e não corre risco de morrer. O agressor teria entrado na creche armado com uma adaga e atacado a professora, que morreu no local.
Segundo o delegado, o homem invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela e feriu a professora na entrada da unidade. Ela teria então corrido para a sala onde estavam quatro crianças, todas menores de dois anos. Além deles, o suspeito atacou uma agente de saúde que fazia um trabalho no local no momento do crime.
Em entrevista à NSC TV, o delegado Marçal relatou que a Polícia Civil já foi até a casa do autor do crime e que lá teria encontrado "objetos estranhos". Ele não especificou o que seriam, mas reforça que os agentes trabalham com a possibilidade de que seria um crime isolado.
— Lá [na casa do suspeito] há mais objetos estranhos. Armas, inclusive. O crime está claro, autoria está clara. O que não temos é o motivo que o levou a fazer isso. De qualquer forma, é um motivo torpe. É o que nós vamos descobrir. Nossa maior preocupação é provar que foi um fato isolado. Acreditamos nisso, mas precisamos descartar a possibilidade de que mais pessoas estejam pensando nisso.
A PM relatou que recebeu "diversos chamados" enquanto o jovem "golpeava alunos e professores". Forças de segurança e de salvamento do Oeste, incluindo o helicóptero Arcanjo, foram mobilizadas para atender a ocorrência.
Jerônimo Marçal dá detalhes sobre o ataque que deixou ao menos quatro mortos em Saudades, Oeste de SC.
Delegado Jerônimo Marçal Ferreira atualiza informações sobre caso da invasão à escola em Saudades que deixou crianças e professora mortos pic.twitter.com/OjoLvOZvpc
— Diário Catarinense (@dconline) May 4, 2021
Em entrevista à NSC TV, Aline Biazebetti, que é agente educacional da creche no período da tarde e mora próximo ao local do crime, contou que ouviu gritos de socorro. Ela já estava uniformizada para o trabalho e correu para fora de casa para saber o que estava acontecendo.
— Escutei gritos de pedidos de socorro, eram muito fortes. Aí eu saí e vi as minhas colegas pedindo socorro, para ligar para polícia. Eu consegui ligar, mas não consegui falar nada, só pedi socorro – relata a profissional.
Ela conta ainda que as funcionárias da creche começaram a levar as crianças feridas para a porta da unidade, e que chegou a levar um menino ferido para o hospital. Sobre o trabalho na unidade, ela disse que, por conta da pandemia, poucas crianças estavam indo para o ensino presencial.
— As crianças só estão indo meio período, então não tinham muitas crianças. A gente nunca esperava que alguém entrasse ali e fizesse uma coisa dessas.
Bastante abalada, a jovem contou ainda que conversou com colegas que conseguiram salvar outras crianças do ataque:
— Colegas minhas que trabalham com a turma dos bebês bem pequenos, elas viram que estava acontecendo alguma coisa, levaram as crianças para o frandário e esconderam todas embaixo do mármore. Aí uma outra professora ficou segurando a porta. Ele [o jovem que cometeu o ataque] tentou abrir mas acabou desistindo. Elas fecharam tudo para se proteger e conseguiram salvar.
Sobre o sentimento que toma conta da cidade e como será o retorno ao trabalho após essa tragédia, Aline desabafa:
— Vai ser difícil voltar, não sei como vai ser porque entrar lá e lembrar das cenas de horror e pedidos de socorro que ficam ecoando na cabeça da gente vai ser muito dfícil.
Informações:Catarina Duarte e Augusto Ittner - NSC TV/DC